Graduação - 2025.1
...
...
...
| Data | Evento | Tipo | Assunto |
|---|---|---|---|
Fundamentar todo o conhecimento científico em bases empíricas sólidas a partir de um mecanismo linguístico formal. Popper. Meu trabalho tem a ver com lógica da ciência. Justificar. Mostrar uma racionalidade (interna no procedimento científico) que há no processo. Se o cientista age racionalmente é questão para outra área de investigação. O cientista formula hipótese e testa uma a uma. Se o teste der positivo nada é acrescido, agora se o teste é negativo então há refutação da teoria. Reconstrução racional com o padrão da lógica clássica. Não confundir com o Círculo de Viena. O CV tenta relacionar a teoria e a observação (empiria) de outra forma.
Pressupostos da discussão: Dois conceitos fundamentais. Racionalidade: Argumentos são demonstráveis; qualquer pessoa que aceite as premissas aceitará a conclusão. Objetividade: diferente observadores, nas mesmas condições, diante das mesmas evidências proferem o mesmo juízo. (intersubjetividade). Crença verdadeira justificada. Crença = elemento subjetivo Verdade = elemento objetivo Justificação = elemento racional. Esses pressupostos irá conduzir em uma direção. Caso não se queira dirigir-se nessa direção é preciso questionar então esses pressupostos.
Posições: Fundacionalismo: reivindica uma base de crenças elementares e evidentes que sustentariam crenças derivadas destas em uma cadeia de inferências. Exemplo: Descartes (crenças clareas e distintas) e Kant (estrutura do intelect). Primeira certeza de Descartes = eu existo. Segunda certeza de Descartes = eu sou uma coisa que pensa. Terceira = As coisas mais fáceis de conhecer são as do corpo. Quarta = Deus existe, ele é bom e garante a verdadeira Quinta = As coisas do mundo existe. Kant --> temos as estruturas internas que garante a base do conhecimento. Antifundacionalismo: rejeita a possibilidade de se estabelecer quais sejam as crenças elementares e evidentes. Exemplos: Nietzsche (e ensaístas) .
Linha cronológica de publicações
1928 - Aufbau - Carnap (Fundacionalismo)
1928 - Pseudoproblemas - Carnap
1931 - The unit of scienci - Carnap (Fundacionalismo)
1932 - Enunciados protocolares - Neurath (Crítica extremo oposta antifundacionalismo)
1932 - (texto) Frank (mais próximo do Neurath)
1933 - Sobre enunciados protocolares - Carnap
1933 - Lógica, matemática e conhecimento da natureza - Hahn
Gödel ---------
1934 - Sobre o fundamento - Schilick
1934 - Sintaxe lógica da linguagem - Carnap
1934 - Lógica da pesquisa científica - Popper
OBS Histórica: Em 1934 há um golpe de estado na Áustria e os fascistas tomaram o poder.
O fim da ilusão de que o barco atraca na doca?
Qualificações e contexto histórico explicativo.
Grandes expectativas anteriores: Comte e a ciência como fase madura do conhecimento.
tem uma crença absoluta no fato como algo sólido no qual se apoia o conhecimento.
Primeiras abordagens convencionalistas.
O que é não ser um convencionalista?
Newton: apelo à experiência, à fatos que podem ser capturados.
Caracterização (geral) do convencionalismo: múltiplos sistemas (convenções e hipóteses constituem pelo
menos
bo
parte dos fundamentos científicos.)
Convenções como axiomas e princípios. Hipóteses indispensáveis (deveriam constar no início de qualquer
descrição teórica).
Com o convencionalismo, o alcance e a legitimidade da ciência estariam em xeque?
Qual é o papel da experiência na ciência?
Poincaré e o convencionalismo na Geometria
Primeira tese motivadora (e condição de possibilidade) equivalência epistemológica entre as geometrias
euclidianas e não euclidianas.
E o convencionalismo na Geometria.
O convencionalismo de Duhem se deve a tres características da sua posição:
Ciência realiza, mediada pela linguagem, descrições ou explicações aproximadas de fatos.
Concepção holística a respeito da manutenção de uma teoria física.
Concepção sobre a fragilidade da relação de dependência entre os resultados da teoria física, a
observação e
as interpretações.
Empirismo lógico: Carnap convencionalista?
Carnap propõe que os enunciados protocolares serviriam como ponto de partida para a justificação
empírica do
conhecimento científico.
Neurath propõe um holismo coerentista, com sentenças protocolares revisáveis e subdeterminação de sistemas teóricos.
O fim da ilusão de que o barco atraca na doca?
São as abordagens convencionalistas sintomas dos tempos?
O predomínio da leitura positivista tem encontrado seus limites explicativos e, com isso, tem sido
abandonado em favor de outra leitura (igualmente ideológica) sobre o poder das ciências?
O convencionalismo admite alguma relação com a posição pluralista sobre a ciência?
Um convencionalista é sempre um pragmatista?
Um convencionalista precisaria sustentar uma posição instrumental sobre a ciência?
Antirrealismo uma posição teórica (uma maneira de ver o mundo)
Conexão entre antirrealismo (visão teórica) com uma visão prática que é o utopianismo.
Aulas anteriores:
Shclick - fundacionalismo e realismo: conhecimento remete à experiência. Enunciados da ciência remetem à
constatações. Constatação como um momento único (privado) contato imediato com o mundo exterior. Momento em
que um fato é percebido. Evento psicológico (percepção fundamental).
Carnap - convencionalismo lógico: como os aspectos linguísticos e do pensamento se organizam - vislumbre da
racionalidade
Neurath - ressalvas aos dois pontos de vista. Antifundacionalista, falibilista e prularista.
Não cognitivismo (slide 32 ciência e política).
Convencionalistas da virada do Sec. XIX ao XX.
Poincaré e Helmholtz: experimentos de pensamento para testar a coerência das geometrias NÃO euclidianas em
relação às nossas intuições.Conclusão sugerida por Poincaré é de rejeitar a base kantiana da geometria.
Duhem sugere um uso NÃO substitutivo, ou seja, realizável quando o experimento empírico não fosse possível.
Mach afirma uma espécie de cópia e de imaginação mais gerenciáveis. O experimento de pensamento precisa estar amparado por um estoque anterior de experiências. (Princípio de economia de pensamento). Método da variação é diferente no experimento real e no de pensamento.
Huxley não é um experimento de pensamento.
Duhem - o resultado de um experimento (real ou fictício) não determina (ou condiciona) uma decisão.
Carnap, descreva e compare as duas formas principais de linguagem para lidar com enunciados protocolares. Explique as características de cada forma, como a posição dos enunciados protocolares em relação à linguagem do sistema, a natureza de sua forma, a necessidade de regras de tradução (e quais tipos existem na primeira forma) e como a questão da confirmação e do teste empírico é abordada em cada uma. Justifique a relevância desta discussão para o problema central da lógica da ciência e a fundamentação empírica, conforme apresentado por Carnap.
Rudolf Carnap afirma que tanto a primeira quanto a segunda forma de linguagem para enunciados protocolares são "possíveis e justificadas". No entanto, ele pondera que a segunda forma, com o procedimento B (Popper), parece ser a mais apropriada entre as formas de linguagem científica defendidas na filosofia da ciência, especialmente por ajudar a superar o absolutismo e reduzir o risco de desvios metafísicos. Imagine que você deve participar de um debate filosófico sobre qual abordagem é mais adequada para a prática real da ciência empírica. Escreva uma dissertação defendendo a superioridade da Segunda Forma de Linguagem (Caminho B - Popper) em comparação com a Primeira Forma, baseando seus argumentos exclusivamente no texto de Carnap. Sua defesa deve explicar por que a Segunda Forma (B) é mais apropriada, discutindo suas vantagens, a forma como trata a relatividade dos enunciados protocolares, a maneira de lidar com incompatibilidades, e, crucialmente, como ela representa uma superação mais radical do absolutismo em comparação com abordagens anteriores (incluindo o resquício absolutista no positivismo lógico e, implicitamente, na Primeira Forma). Você pode, para efeito de contraste na sua argumentação, mencionar as limitações da Primeira Forma conforme implícito na preferência final de Carnap pela Segunda Forma (B).
Enunciados Protocolares: São as sentenças ou declarações empíricas básicas. No texto, Carnap
discute
como
lidar com esses enunciados, que servem como a base empírica para o teste e a verificação na ciência.
Eles
podem ser tratados como sinais observáveis fora da linguagem do sistema (primeira forma) ou como certas
sentenças concretas dentro da própria linguagem do sistema (segunda forma). A maneira como são definidos
e
utilizados é central para a lógica da ciência.
Fundamentação Empírica / Teste: Refere-se ao processo pelo qual as sentenças científicas (leis,
hipóteses,
outras sentenças concretas) são confirmadas ou refutadas pela experiência. Os enunciados protocolares
desempenham um papel crucial nesse processo, pois o teste consiste na comparação com as sentenças
protocolares (ou sentenças derivadas ou traduzidas delas). O texto explora como o teste e a "remissão" a
outros enunciados funcionam diferentemente nas duas formas de linguagem propostas.
Duas Formas de Linguagem: Carnap apresenta e compara dois procedimentos diferentes para a
construção
da
linguagem científica, ambos considerados possíveis e justificados. A primeira forma trata os enunciados
protocolares como sinais externos que requerem regras especiais de tradução para a linguagem do sistema.
A
segunda forma os considera como certas sentenças concretas que já pertencem à linguagem do sistema. A
discussão dessas duas formas, e particularmente a segunda forma com o método B (Popper), é vista como
crucial para superar o absolutismo na epistemologia
Como Neurath caracteriza os enunciados protocolares em contraste com a visão de Carnap, e por que essa diferença é crucial para sua concepção da base empírica da ciência unificada? Esta questão aborda o ponto central de discordância de Neurath com Carnap, focando na natureza (não primitiva, não infalível) e no papel (revisável) dos enunciados protocolares na construção do sistema científico, ligando-o à sua defesa do fisicalismo radical.
De que forma Neurath defende a natureza fundamentalmente intersubjetiva da linguagem e da ciência, e quais as implicações dessa intersubjetividade para o tratamento dos enunciados protocolares no sistema da ciência unificada? Esta questão explora o argumento de Neurath de que a linguagem é sempre pública e compartilhável, mesmo para um indivíduo isolado, e como essa visão elimina a problemática da experiência privada ou do solipsismo metodológico na avaliação e uso dos enunciados protocolares.
Enunciados Protocolares (Neurathianos): São enunciados factuais que servem de base para a ciência
empírica e
que, de acordo com a definição apresentada, sempre incluem o nome de uma pessoa (ou grupo) em combinação
com
outros termos do jargão universal. Crucialmente, Neurath argumenta que eles não são limpos,
definitivamente
comprovados ou primitivos, e, ao contrário da tese de Carnap, requerem confirmação e podem ser
descartados
se contradizerem o sistema de ciência.
Revisibilidade Total: É o princípio central que afirma que nenhum enunciado na ciência unificada,
incluindo
os enunciados protocolares, está imune à revisão ou ao descarte. Não existe um ponto de partida
infalível ou
uma "tabula rasa". A ciência é comparada a um barco sendo reconstruído em mar aberto, onde qualquer
parte do
sistema (leis, enunciados não protocolares, ou até mesmo enunciados protocolares) pode ser modificada
para
manter a coerência.
Intersubjetividade: A propriedade fundamental de toda linguagem, significando que ela é
inerentemente
pública e compartilhável. Neurath argumenta que os protocolos de uma pessoa (ou de si mesma em momentos
diferentes) são tratados da mesma forma que os protocolos de outra pessoa. Isso permite a comparação e o
teste dos enunciados protocolares por qualquer pessoa, eliminando a necessidade de noções como
"linguagens
de vivências" ou o problema das "outras mentes" dentro do sistema da ciência unificada.
Schlick inicia sua discussão buscando um "fundamento inabalável" para o conhecimento humano. Ele aborda
a
ideia dos "enunciados protocolares" como uma forma recente de tratar esse problema. Algumas visões
consideram esses enunciados protocolares como ocorrências reais (registros falados, escritos) e,
portanto,
com o mesmo caráter de outros enunciados científicos: são hipóteses, sujeitas a dúvidas e correções,
podendo
ser escolhidos de forma arbitrária, dependendo de razões de conveniência. Schlick critica fortemente
essa
concepção.
Com base no texto, explique:
Como Schlick descreve a visão que considera os "enunciados protocolares" como meras hipóteses/registros
que
podem ser corrigidas.
Por que Schlick critica essa visão, associando-a a um "relativismo peculiar" e questionando se a escolha
depende apenas de conveniência ou se a origem dos enunciados importa.
Como essa crítica se relaciona à Teoria da Coerência e por que Schlick a considera insuficiente para
determinar a verdade sobre fatos (verdade material).
Schlick diferencia os "enunciados protocolares" (como registros/hipóteses revisáveis) das
"constatações",
que são as afirmações sobre o que é presentemente percebido. Ele afirma que as constatações são
"definitivas" e têm "validade absoluta" porque o processo de compreender seu significado coincide com o
processo de verificar sua verdade. No entanto, ele também diz que elas não têm duração e que "não é
possível
erguer um edifício logicamente sustentável sobre as constatações porque elas já se foram no momento em
que
se começou a construir". Por outro lado, ele as descreve como os "pontos absolutamente fixos".
Debata: Com base no texto, explique essa aparente dualidade no papel das constatações. Por que Schlick
afirma que a ciência não se apoia nelas, mas conduz a elas? Qual o papel crucial que elas desempenham no
processo de verificação, mesmo não servindo como a base lógica duradoura do conhecimento?
Fundamento do Conhecimento: A busca por uma base sólida e inabalável para o saber humano,
motivada
pela
incerteza dos enunciados cotidianos e científicos, que são vistos como hipóteses prováveis.
Enunciados Protocolares: Enunciados que, em discussões recentes (na época do texto), representam
o
problema
do fundamento. Inicialmente vistos como expressão de fatos brutos, mas que, na visão criticada por
Schlick,
se tornam meras hipóteses ou registros sujeitos a correção e escolha por conveniência.
Constatações: Afirmações sobre o presentemente percebido, que Schlick distingue dos enunciados
protocolares
(como registros). Elas são definitivas e têm validade absoluta porque seu significado e verdade são
apreendidos simultaneamente, servindo como os "pontos absolutamente fixos" no final da verificação,
embora
não possam ser a base lógica para a construção do conhecimento por serem efêmeras.
Qual a distinção fundamental que Hahn estabelece entre os enunciados factuais (próprios das ciências empíricas) e os enunciados da lógica e da matemática? Qual é a base da universalidade e certeza destes últimos, segundo sua perspectiva? Esta questão explora a nova concepção de lógica e matemática proposta por Hahn, contrastando-a com visões anteriores (racionalista, empirista ingênuo, dualista). É central para entender como ele tenta fundamentar um empirismo coerente.
Como Hahn justifica o uso de "termos inconstituíveis" (aqueles não diretamente observáveis ou construídos a partir de observáveis) na ciência, como "átomo" ou "todos"? De que forma o uso legítimo desses termos na ciência se diferencia do uso ilegítimo em enunciados metafísicos? Esta questão aborda o problema da teoria na ciência empírica e a distinção entre ciência e metafísica, um ponto crucial da argumentação de Hahn na parte final do texto e um contraste direto com posições mais restritas como a de Mach.
Tautologia(s): Segundo Hahn, são os enunciados da lógica e da matemática que não afirmam nada sobre
fatos ou
objetos do mundo, mas sim expressam convenções sobre o uso da linguagem ou dependências na atribuição de
nomes. Sua certeza, universalidade e irrefutabilidade derivam precisamente deste caráter não factual,
que
apenas torna explícito o que já está implícito nas regras de como falamos.
Termos Inconstituíveis: Referem-se a termos ou conceitos utilizados na ciência (como "todos", "átomo",
"elétron", posições exatas no espaço-tempo) que não podem ser diretamente observados ou compostos a
partir
de observáveis. Hahn argumenta que o uso desses termos é legítimo e indispensável na ciência, desde que
lhes
sejam atribuídas regras de uso que permitam transformar sentenças que os contêm em sentenças que possam
ser
checadas pela observação. Isso os distingue dos termos metafísicos, que não possuem tais regras
verificáveis.
Confirmabilidade / Predição: É o critério pragmatista para a verdade de um enunciado científico ou
histórico
defendido por Hahn. Um enunciado é considerado "verdadeiro" na medida em que as predições sobre o
diretamente observável que ele implica (seja sobre eventos futuros em física ou sobre descobertas
futuras em
história) são confirmadas pela observação. A verdade, neste sentido, não é uma correspondência absoluta
com
uma realidade inacessível, mas sim a capacidade de um enunciado de resistir aos testes empíricos.
...